ANSIEDADE, INSÔNIA E
VALERIANA
O ser humano normal é dotado de um equipamento
psico-biológico suficiente para fazê-lo sentir ansiedade diante de situações
específicas e que exigem uma atitude mais incisiva e imediata, entretanto,
assim que tal situação se resolve, tudo voltará ao normal fisiologicamente.
Porém, para algumas pessoas a ansiedade é
incontrolável e não deixa de existir, mesmo quando a causa cessar.
O ansioso sente medo, apreensão e tensão constante
além do normal. Muitas vezes existe uma razão concreta para a pessoa reagir à
vida com ansiedade, como por exemplo, quando há estresse provocado por algum
acontecimento externo ou conflito interno, quando há alguma doença em curso,
uma emergência de vida, entre outros acontecimentos. Mas existem situações de
ansiedade onde não se detecta nenhum motivo aparente, inclusive nenhuma doença
física que possa justificar esse estado emocional ou nenhum acontecimento
estressante.
Nesses casos sem razão aparente os sintomas da
ansiedade surgem espontaneamente, muitas vezes sob a forma de ataques de
ansiedade, ataques de pânico, fobias, transtornos obsessivos, somatizações e
doenças psicossomáticas.
Dependendo da forma como essa ansiedade patológica se
apresenta nesta pessoa, ela passa a reagir de várias maneiras: a pessoa poderá
se mostrar hipocondríaca, evitar lugares onde possa se ver em situações de
pânico, tender a usar álcool para aliviar a sensação de insegurança, enfim,
pode apresentar algum comprometimento de seu modo de vida.
Não pretendo aqui
discorrer sobre detalhes do tratamento da ansiedade, já que ela é composta de
vários estados emocionais clinicamente diferentes, mas, sobretudo, ressaltar as
linhas básicas do tratamento geral e discorrer sobre um fitoterápico muito
utilizado na ansiedade e na insônia.
A insônia é uma situação muito frequente e o diagnóstico correto é
fundamental na escolha da terapia. Caracteriza-se pela dificuldade para dormir,
tanto no que diz respeito ao início do sono, como também à sua duração, propiciando
uma sensação de noite mal dormida com cansaço ao acordar. Na terceira idade a
duração do sono tende a diminuir e também a tornar-se mais interrompido, sem
que seja caracterizada a insônia. Na insônia nunca há a sensação de noite bem
dormida ao se acordar ou sono satisfatório.
A insônia
pode se manifestar de três formas: a demora em se iniciar o sono, o acordar
durante a noite ou o despertar muito cedo. A insônia persistente pode levar a
problemas de humor e de comportamento, como a depressão. A pessoa que não dorme
bem está mais sujeita a sofrer acidentes de automóvel, a aumentar o consumo de
álcool e a sentir sonolência durante o dia.
A insônia,
entretanto, pode ocorrer de maneira transitória, durante um período de maior
preocupação ou estresse ou após uma viagem muito longa ("jet lag"). A
insônia que persiste por mais de três semanas é denominada de crônica. Não é
uma doença e sim um sintoma de distúrbios orgânicos e/ou psíquicos. Pode ser
devida a determinados hábitos: horário irregular para dormir, uso abusivo de
café, tabagismo, alcoolismo, etc. Problemas ambientais como barulho, luz
excessiva, frio ou calor, incompatibilidade com parceiro (a), também são
importantes.
Algumas
doenças, como a demência e o mal de Parkinson podem ser acompanhadas de
insônia. O estado febril e a dor também produzem insônia. Doenças que levam ao
desconforto respiratório (enfisema e insuficiência cardíaca, por exemplo) são
causas de alterações no ritmo do sono. Grandes altitudes podem levar à insônia
durante os dias de adaptação.
Na grande maioria dos casos, entretanto, a insônia está
relacionada a distúrbios psíquicos como a depressão, a ansiedade, a angústia,
ou o estresse.
O fitoterápico citado acima
é a Valeriana - indicada na ansiedade e na insônia. Os efeitos sedativos
esperados com relação à potência farmacológica são menores que os
proporcionados pelos benzodiazepínicos e outros compostos similares. Várias
experiências demonstraram que a raiz da Valeriana é um excelente indutor do
sono em pacientes que não haviam se submetido a outros tratamentos. . O efeito
sedativo foi comprovado sobre pacientes voluntários que apresentavam
dificuldade de dormir. A administração de raiz de Valeriana em doses entre 450
e 900 mg provocou uma diminuição no tempo requerido para dormir (com relação ao
grupo placebo), menor quantidade de movimentos na cama e sem o clássico
“hangover” matinal após despertar, como os apontados por outros fármacos.
Diferentes estudos bioquímicos têm demonstrado que o ácido valerênico inibe
sistema enzimático central do GABA. No entanto, a ação sedativa dos extratos
totais da raiz de Valeriana sobre os receptores GABA-A estaria sujeita a uma
interação de vários compostos entre eles o ácido gama aminobutírico e alguns
outros que ainda estão sendo investigados. Neste sentido, tem-se comprovado que
plantas que atuam sobre os receptores GABA-A (camomila, maracujá e valeriana)
apresentam dois tipos de substâncias capazes de tal associação: algumas não
eram reconhecidas como anticorpos específicos antibenzodiazepínicos, enquanto
que as outras sim, o qual indica que estas últimas deviam ser muito similares
aos benzodiazepínicos. O fato de tratar-se de um produto fitoterápico não
significa que a droga é completamente inócua e destituída de qualquer perigo.
Altas doses podem causar problemas, motivo pelo qual você deve ser procurar seu
médico ou farmacêutico antes de usar qualquer medicamento. Não sofra, existem
soluções para casos de ansiedade e insônia, procure ajuda se estiver
precisando.
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