O
Ministério da Saúde, desde março, passou a recomendar a vacinação contra a
febre amarela em todas as regiões brasileiras, os números oficiais do governo
mostram que diminuiu a procura pela principal forma de prevenção dessa doença,
e de outras também. O exemplo acima é para demonstrar que cai a procura por
estas e outras vacinas no Brasil.
Você, que está
lendo este texto agora e é um adulto saudável, provavelmente tem alguma vacina
atrasada. E, possivelmente, poderia resolver isso sem colocar a mão no bolso,
em um posto de saúde perto de você.
O Ministério da
Saúde diz que tem vacina para todo mundo que precisa, só que nem todo mundo que
precisa aparece no posto para tomar a vacina. O governo adquire em torno de 300
milhões de doses para todas as vacinas que estão incluídas no calendário nacional
de vacinação, então, nós estamos preparados para o enfrentamento de todas as
necessidades do país.
Mas infelizmente
não só adultos estão com as vacinas atrasadas, os baixos índices de imunização de crianças no Brasil acenderam o alerta em
especialistas. Mas afinal, quais os motivos por trás da decisão de pais que não
vacinaram os filhos? Para Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Imunizações, um dos motivos que explicam o menor índice em 16 anos de cobertura de vacinação em crianças menores
de um ano é o fato de que as vacinas estão culturalmente
vinculadas à percepção de risco da doença. Quando se trata de doenças
erradicadas, a população tem mais dificuldade de enxergar seus perigos. E
conclui: “As vacinas acabam sendo vítimas de seu próprio sucesso. A cultura do
ser humano é de se vacinar quando há um risco iminente, quando ele não enxerga
esse risco, não trata com prioridade, o que é um equívoco”.
Nos
últimos anos, algumas doenças que pareciam estar erradicadas, passaram a se
manifestar. Temos como exemplo: Sífilis, Sarampo, Coqueluche e a Febre Amarela.
Embora os valores
deste ano ainda sejam preliminares, a situação já causa preocupação. O índice
de crianças que receberam a dose contra a poliomelite, por exemplo, está em 77%
- uma queda de 7,5% em relação a 2016 e 21% em comparação ao índice de 2015,
último ano em que o número ficou acima dos 80%.
No caso da vacina quádrupla
viral (tetraviral + vz), que protege contra sarampo, caxumba, rubéola, catapora
e varicela, o índice está em 70%, uma queda de 8% em relação a 2016. A única
vacina que apresentou leve alta no ano passado foi a da Hepatite A - o que se
explica, em parte por conta do surto da doença
durante o período.
Reconhecido
internacionalmente por sua eficiência, o PNI (Plano Nacional de Imunização) foi
criado em 1973 para organizar o calendário de vacinação, facilitando o controle
e a erradicação de doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização.
Podemos considerar que outro fator importante para a queda nos índices, é
justamente o sucesso do PNI desde a sua criação. O Brasil tinha índices
alarmantes de mortalidade infantil antes do programa e a geração atual tem uma
saúde adequada porque foi vacinada. Mas, como não conviveu com o medo de
doenças, acham que não é necessário manter a prevenção.
Muito mais forte
nos Estados Unidos e na Europa, os movimentos antivacina também criaram
problemas no Brasil ao incentivar que os pais não levem seus filhos para serem
imunizados, isto é preocupante e chama atenção das autoridades no assunto.
É importante que as pessoas tenham a consciência de manter em dia suas
vacinas, não só as crianças, mas também os adultos. Não espere o pior, procure
o quanto antes um posto de saúde e coloque em dia as suas, e as vacinas de seu
filho.
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