De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças
cardíacas são responsáveis, no mundo, por um terço do total de mortes e se
tornam um problema de saúde pública de primeira grandeza. Um estudo
realizado pela Federação Mundial do Coração (The World Heart Federation)
mostrou que a convivência em um ambiente agradável, a troca de gentilezas -
seja entre amigos, cônjuge ou família -, ajudam a reduzir o estresse, ansiedade
e depressão, principais indicadores psicológicos de doenças cardíacas. A
ciência reconhece também os benefícios da atitude positiva para o coração. Para
estimular a prevenção de doenças cardíacas no mundo, a Federação criou o Dia
Mundial do Coração, que foi celebrado ontem, dia 29 de Setembro.
As doenças
cardiovasculares podem afetar o coração e os vasos sanguíneos, em destaque para
a doença arterial coronariana, que envolve dor no peito e o infarto agudo do
miocárdio, sendo esta doença a maior causa de morbimortalidade no mundo. Por
isso é importante ficar atento aos fatores de risco, sinais ou sintomas
precoces. Quanto antes for diagnosticado algum problema, melhor será o
tratamento e controle. Os principais fatores de risco para eventos
cardiovasculares são: hipertensão, diabetes, dislipidemia (níveis elevados de
gordura no sangue), histórico familiar, estresse, tabagismo, obesidade,
sedentarismo e doença da tireóide. O uso de drogas ilícitas, como a cocaína,
também pode levar ao infarto agudo do miocárdio.
A
melhor maneira de se prevenir é fazer exames regulares com o cardiologista,
principalmente nos casos citados anteriormente. Vale lembrar que aderir a um
estilo de vida mais saudável também é fundamental para garantir o bom
funcionamento do coração. Exercícios físicos e alimentação balanceada reduzem
os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares e trazem vários benefícios,
como melhoras no humor e na disposição.
Mas quais outras reais importâncias do
coração, além das funções orgânicas que exerce? Esse órgão, que pesa em torno
de 300 gramas, é desde a antigüidade remota, ligado às situações de cunho
emocional. Por volta do século V a.C., na Grécia Antiga, em um debate
palpitante sobre a localização da alma, Aristóteles afirma que só existe uma alma e ela se encontra no
coração, o centro do ser humano, o fogo interno que dá calor e vida.
Fica assim estabelecido pelos séculos seguintes a primazia do coração.
A associação entre tal órgão e os sentimentos não foi estabelecida sem
motivos. Sempre que o ser humano é dominado por uma emoção forte, o prazer e o
amor, por exemplo, pode acelerar violentamente os batimentos cardíacos. Por
isso, o coração assumiu um papel primordial entre as culturas, sendo o único
órgão que se pode ouvir e sentir pulsar. Os batimentos são um sinal de vida e
serviram mesmo para caracterizar o órgão.
Na Antigüidade, acreditava-se que o ouro era o único metal capaz de
ligar dois corações. Daí o surgimento das alianças. Observa-se que o coração,
um órgão nobre, está associado a
um sentimento nobre e também a
um metal nobre. Talvez houvesse,
já nessa época, uma noção inconsciente da anatomia do coração, pois ele é
formado por duas câmaras que emitem um som duplo. O desenho que popularmente se
faz do coração representa duas partes unidas. É assim, um símbolo de união.
Em todas as culturas o coração recebe o mesmo tratamento, tem o mesmo
simbolismo. O coração é o símbolo daquilo que não pode ser controlado, nem pelo
intelecto nem pela vontade, é o símbolo das emoções. É pelo coração que passa o
sangue, o fluido da vida. O coração está no centro do corpo e, no sentido
figurado, está no centro do desejo humano, o amor. É um órgão de grande
importância funcional, é autônomo e, simbolicamente, representa a generosidade
do amor, a única emoção que tem a capacidade de curar, unir e transformar.
Parafraseando Saint Exupéry, lembramos uma de suas mais belas passagens,
sobre a importância das pequenas coisas, aquelas que passam desapercebidas. O
que é pouco para uns, para outros é muito. Todos tentamos fazer algo grande,
sem perceber que a vida é feita das pequenas coisas, e acredite:
“Só se vê com o
coração. O essencial é invisível aos olhos”
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