A obesidade é definida como o excesso de gordura corporal
relacionada à massa magra, sendo de etiologia multifatorial, cujo
desenvolvimento sofre influências de fatores biológicos, psicológicos e socioeconômicos.
Atualmente é um dos principais problemas de saúde pública
mundial, revelando-se, nas ultimas décadas, uma doença epidemiológica. Entre as patologias nutricionais é a que mais
tem aumentado, não apenas nos países ricos, mas também nos países em
desenvolvimento. Estima-se que existam 100 milhões de obesos no mundo.
A etiologia da obesidade não e facilmente identificada, pois
se trata de uma doença multifatorial e, como tal, sua etiologia pode-se tornar
controvertida, visto que existem contribuição comportamental, do estilo de vida
e aspectos fisiológicos no desenvolvimento e na manutenção desta. O aumento de
pessoas com sobrepeso e obesidade pode ser determinado através de uma das três
situações a seguir: ingestão calórica maior a cada geração, sem alterações
consideráveis no gasto calórico; diminuição do gasto energético diário sem
alteração da ingestão calórica; ingestão calórica per capita menor a cada
geração, com gasto energético menor mais acentuado.
O controle alimentar baseado em uma dieta bem estruturada
torna-se essencial para a prevenção do sobrepeso e da obesidade, bem como para
o tratamento. Sendo assim, é preciso adequar a ingestão diária de alimentos às
necessidades do organismo. A alimentação em excesso pode ser observada em pacientes
obesos, podendo-se manifestar de forma consciente ou ate adquirir um caráter
compulsivo, que pode atingir a fome incontrolável. São aspectos importantes no
equilíbrio da ingestão alimentar: a qualidade e a quantidade dos alimentos, a
frequência das refeições e os fatores que motivam uma pessoa a alimentar-se.
Existe a relação entre atividade física e adiposidade, ou
seja, quanto mais ativo fisicamente for um individuo, menor serão suas chances
no desenvolvimento de um quadro de obesidade. As inovações tecnológicas, bem
como as facilidades que essas inovações oferecem a sociedade, diminuíram as
oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente mais ativa, tornando o cenário
mais propício para atitudes sedentárias, como a pratica exagerada do uso de tv,
videogames, computadores, celulares, etc.
Existem diversos estudos comprovando a relação da obesidade
versus genética. Pode haver ocorrência de apenas 7% de filhos obesos quando os
pais não apresentam quadro de obesidade. Entretanto, se um progenitor é obeso,
essa incidência aumenta para 40% e, quando ambos os pais são obesos, a
descendência poderá apresentar até 80% de obesidade.
Certamente muitas alterações observadas em pacientes obesos
são desconhecidas, contudo sabe-se que o sistema endócrino é um dos responsáveis
pelo controle de peso. Em diversas ocasiões associa-se as desordens glandulares
ou falhas na ação de hormônios com o desenvolvimento da obesidade. Entretanto,
os casos de obesidade endócrina não são tão frequentes como tem demonstrado na
prática clínica. Algumas disfunções endócrinas são responsáveis pela obesidade
em indivíduos acometidos por algumas síndromes, como: Síndrome de Cushing,
Obesidade Tireoidiana, Obesidade Gonadal, Síndromes Hipotalâmicas,
Pseudo-hipoparatireoidismo e Hiperinsulinemia.
Entre as desordens advindas do excesso de peso, podemos
citar a doença cardiovascular (DCV), o Diabetes Mellitus e certos tipos de
cânceres femininos. Os povos latinos estão especialmente sujeitos a elas,
provavelmente por uma forte tendência ao acúmulo de gordura abdominal.
E de fundamental importância saber que muitos fármacos são
eficazes no tratamento da obesidade que dever ser tratada com um especialista.
A prevenção para o desenvolvimento da obesidade deve ser
iniciada desde a infância, evitando-se que as crianças apresentem peso acima do
normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais da vida saudável, na
qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos
adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava
obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve
incluir a permanência da adoção dos hábitos saudáveis de vida em longo prazo.
Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma
mudança geral no estilo de vida do paciente.
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