Quando algo não está certo com a nossa saúde nos
damos conta de que o nosso corpo humano é uma incrível caixa de surpresas -
algumas boas, outras ruins. De um dia para o outro, percebemos uma coceira ou
um simples caroço na pele, algo que achamos corriqueiro e não percebemos que
esse alerta pode ser o sinal de que algo muito estranho pode estar acontecendo
conosco.
Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde tem
se preocupado com o crescimento de uma doença muito perigosa porém silenciosa,
chamada Sífilis, cujo aumento não está se limitando apenas ao Brasil. Na
Inglaterra, por exemplo, o número de casos da doença chegou ao seu maior nível
desde 1949; nos Estados Unidos, a estatística de 2017 mostra que os casos de
Sífilis aumentaram em todas as regiões e em todas as faixas de idade. Segundo
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, 5,6 milhões de pessoas
contraem Sífilis no mundo, uma infecção que se propaga mais facilmente que
outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).
Em 2016, o Ministério da Saúde do
Brasil, divulgou que o aumento no número de infectados estava fugindo do
controle e decretou a epidemia. Nossos números são assustadores. Não é exagero.
A partir de 2010, os hospitais passaram a ser obrigados a repassar seus dados
sobre a doença para o ministério, foram notificados quase 228 mil novos casos;
só entre 2014 e 2015 houve um aumento de 32% nos casos de sífilis entre adultos
– e mais de 20% em mulheres grávidas. A maior parte dos casos está na região
Sudeste (56%), a mais urbanizada e desenvolvida do País. Só para ter uma ideia
do desastre, em 2015 tivemos 6,5 casos de bebês infectados a cada mil nascidos
vivos; o valor é 13 vezes maior do que a Organização Mundial da Saúde considera
aceitável.
Em 2018, dados preliminares
mostram um aumento ainda maior nos casos da doença, o que nos faz rever
conceitos e ficar atentos.
Existem dois tipos de Sífilis, a
adquirida e a congênita. A primeira se contagia no ato sexual e a segunda passa
de mãe para filho no período gestacional.
Ela é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode se
manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras
fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não
apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.
Todas as pessoas
sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis,
principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má
formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do
pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente
de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para
evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.
Os primeiros
sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas
(ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém
infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam
pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz.
Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo
estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés)
e queda dos cabelos.
Após algum tempo,
que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia
de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em
que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e
problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
Recomenda-se
procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto
e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante
seguir as orientações médicas para curar a doença, e lembrar sempre que a
prevenção é o melhor remédio.
Para
elaboração desse artigo, usamos como uma das fontes o Ministério da Saúde/
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
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