MENINGOCÓCICA
Sem o
intuito de causar polêmica, sustos ou outras interpretações, vamos falar sobre
Meningite Meningocócica. Um assunto que entrou na pauta da semana, por motivos
já conhecidos e debatidos por todos, sejam especialistas, curiosos ou
espalhadores de notícias falsas, desinformados e mal intencionados.
Meningite
meningocócica é uma forma grave de meningite bacteriana, altamente contagiosa,
causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. A
bactéria fica alojada entre as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a
medula espinhal), causando inflamação das mesmas (meningite). Há 12 tipos de meningococos; no
Brasil, o mais comum é o tipo C (80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A,
W e Y são menos frequentes.
A meningite meningocócica pode levar
à morte entre 24 e 48 horas a partir do aparecimento dos primeiros sintomas,
que são: fraqueza, febre, dor de cabeça, vômitos e, na sequência, rigidez na nuca.
Como são, na maioria, sintomas inespecíficos, podem facilmente ser confundidos
com os de outras doenças mais simples, como viroses, por isso, caso a pessoa
apresente os sintomas, é preciso procurar um pronto-socorro com rapidez. O
risco de morte é de 10% a 20%, e em caso de sobrevivência, a doença pode deixar
sequelas graves, como surdez e debilidade motora.
Porém, existem vários tipos de meningite, classificados de acordo com a causa: meningite viral (causada por vírus), meningite bacteriana (causada por
bactéria), meningite fúngica
(causada por fungos) meningite
medicamentosa (causada por medicamentos), meningite carcinomatosa (causada por câncer), meningite inflamatória (causada por
doenças inflamatórias).
A forma mais
segura de se combater a meningite meningocócica é a vacinação. No Brasil, em
1973, foi formulado o Programa Nacional de Imunizações - PNI, por determinação
do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo
caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.
Consolidando
o trabalho realizado nos anos anteriores, foi na década de 1990 que
o Programa Nacional de Imunizações (PNI) passou a trabalhar em
articulação com entidades de defesa dos direitos da criança – Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Pastoral da Criança, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Em 1991, foi criado o Comitê Técnico
Assessor em Imunizações (CTAI), que passou a respaldar o PNI técnica e cientificamente.
A partir do
ano de 2010, foi introduzida no Calendário Vacinal Infantil (pelo PNI), a
vacina contra o meningococo tipo C, responsável pela esmagadora maioria dos
casos de meningite no país, de forma gratuita e disponível em todos os postos
de saúde.
A primeira
dose deve ser dada aos 3 meses de idade, a segunda aos 5 meses e uma dose de
reforço depois de 1 ano de idade. Pode ser dada mais uma dose aos 4 anos. Aos
12-13 anos está indicado outro reforço.
As vacinas
ACWY e contra o meningococo B estão disponíveis em clínicas de imunização. A
vacina ACWY segue o calendário da vacina contra o meningococo C, e a vacina
contra o meningococo B deve ser dada em 3 doses ao longo do primeiro ano de
vida, com intervalo de 2 meses entre as mesmas. Depois de 1 ano, deve-se fazer
uma dose de reforço. Quem não fez as doses antes de 1 ano pode fazer 2 doses,
com intervalo de 2 meses entre elas.
O importante
é se imunizar com todas as vacinas disponíveis, mas desde de 2010 quando a
vacina contra o meningococo C se tornou disponível na rede pública, houve
significativa redução de casos dessa doença na população vacinada. A título de
informação, ressalto que qualquer introdução de vacinas no PNI leva em conta o
impacto da doença na população e a sustentabilidade financeira do seu uso
continuado.
Mundialmente,
o Brasil é respeitado por seu programa de vacinações, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde. E para incluir as vacinas tipo ACWY e tipo B no
PNI, vai depender de decisões técnicas. De imediato, procure um posto de saúde
e acerte a carteira de vacinação do seu filho. Prevenir sempre foi o melhor
remédio.
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