Você com certeza
já ouviu falar sobre superbactérias, porém, pode não conhecer sua ligação com o
uso indiscriminado de antibióticos.
Farmacologicamente falando - antibiótico é qualquer
medicamento capaz de combater uma infecção causada por microrganismos que
causam infecções a outro organismo, são medicamentos de origem
natural ou sintética que inibem o crescimento ou causam a morte de bactérias.
Quando causam a morte das bactérias, são chamados de bactericidas, mas quando apenas inibem seu
crescimento, recebem o nome de bacteriostáticos.
O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina, que teve sua ação conhecida por acaso durante os
estudos de Alexander
Fleming, em 1928.
Os
antibióticos, ao atacar as bactérias, exercem uma pressão seletiva sobre elas,
que lutam para sobreviver. Aquelas que não são extintas são chamadas de
resistentes ou superbactérias. Existem cerca de 500 mil pessoas com suspeita de infecção por bactérias
resistentes a antibióticos em 22 países. As superbactérias mais relatadas são Escherichia
coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Streptococcus
pneumoniae.
Cerca de 700 mil pessoas
morrem por ano em decorrência da resistência bacteriana, ou seja, devido às
superbactérias. A partir de 2050 a estimativa é que esse número passe a 10
milhões, superando o número de mortes por câncer, de 8,2 milhões, segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde), em matéria publicada no portal R-7.
A resistência bacteriana é
um processo natural entre esses micro-organismos, mas pode ser acelerada pelo
uso inadequado e excessivo de antibióticos, utilização generalizada desses
medicamentos na agricultura e na pecuária, más condições de higiene, aumento de
pacientes imunodeprimidos, falhas no controle de infecções hospitalares e
demora no diagnóstico das infecções bacterianas.
Um outro relatório da OMS
revelou que o Brasil é um dos maiores consumidores de antibiótico do mundo, com
22,75 doses diárias consumidas a cada mil habitantes. O país está na 19ª
colocação, à frente de países como Bolívia, Canadá, Peru, Espanha, Portugal e
Alemanha.
A
utilização equivocada deste tipo de medicamento – Antibiótico, é considerada
uma das principais causas da onda de “superbactérias” pelo mundo.
As
“superbactérias” são versões mais poderosas de bactérias já conhecidas, que
ganham resistência aos antibióticos. Isso porque as bactérias sofreram mutações
que as tornaram imunes a alguns antibióticos, que tiveram o uso banalizado ou
foram utilizados frequentemente de forma equivocada (quando o paciente suspende
o tratamento antes da hora, por exemplo).
Outro
relatório da Organização Mundial de Saúde aponta que estamos vivendo a era
pós-antibiótico, em que as pessoas estão morrendo de infecções simples, que
eram tratáveis há décadas. Novas drogas têm sido desenvolvidas, mas elas não
serão capazes de resolver o problema se não mudar a maneira e o hábito de usar
antibióticos sem necessidades específicas.
A exigência
da prescrição médica para a comercialização de antibióticos no Brasil foi um
avanço, mas é preciso que haja uma mudança de mentalidade. Há alguns anos o
país tornou obrigatória a exigência da receita médica para a venda de
antibiótico, com controle especial da receita.
Existe um
mito popular onde a pessoas creem, em muitos casos, que o antibiótico é a
solução para tudo. Mas o antibiótico, na verdade, é um medicamento muito forte
e que pode causar sérios danos à saúde, se não for usado de forma adequada.
É o uso
errado de antibiótico que fortalece as bactérias e torna muito mais complexo e
demorado o seu controle, podendo levar até à morte. Além disso, a medicação,
quando ministrada sem respeitar a prescrição, pode causar gastrite, danos ao
fígado e aos rins, infecção sanguínea e reações alérgicas (choque anafilático),
dentre outros problemas.
Tomar remédio sem prescrição é um erro grave, e com
antibióticos o perigo é ainda maior. A automedicação é um erro, ainda mais
quando se fala em antibiótico. A receita médica é sempre pessoal e
intransferível.
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