LUTA, RESPEITO E SAÚDE
Saúde
é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência
de afecções e enfermidades, esta é a definição de saúde pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). Tantas vezes citado, o conceito adotado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, longe de ser uma realidade,
simboliza um compromisso, um horizonte a ser perseguido. Remete à ideia de uma
“saúde ótima”, possivelmente inatingível e utópica já que a mudança, e não a
estabilidade, é predominante na vida. Saúde não é um “estado estável”, que uma
vez atingido possa ser mantido. A própria compreensão de saúde tem também alto
grau de subjetividade e determinação histórica, na medida em que indivíduos e sociedades
consideram ter mais ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos
valores que atribuam a uma situação.
Feita
esta definição, e sendo amanhã dia Internacional da Mulher, faço uma reflexão
sobre a saúde da mulher, baseado na saúde física, mental e social, levando em
conta apenas problemas de violência contra as mulheres. Que constitui um grave
problema de saúde pública, eu falo nos problemas de violência contra a mulher, em qualquer ato ou conduta baseada no gênero,
que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto na esfera pública como na esfera privada, causando danos irreparáveis à
saúde.
É necessário que profissionais na área da saúde sejam
instrumentalizados e capacitados a atenderem as mulheres que chegarem aos
serviços de saúde, vítimas de violência. Segundo a OMS (Organização Mundial da
Saúde), “as consequências do abuso são profundas, indo além da saúde e da
felicidade individual e afetando o bem-estar de comunidades inteiras”. A
violência de gênero é um problema que afeta a saúde física e mental das
mulheres, e que tem consequências econômicas e sociais.
Todos os anos, mais de 1,6 milhões de pessoas morrem no
mundo, vítimas de violência. Para cada pessoa que morre vítima da violência,
muitas outras sofrem, sendo incapacitadas ou sofrendo por problemas físicos,
sexuais, reprodutivos ou de saúde mental. No mundo todo, a violência é uma das
principais causas de mortalidade para pessoas com idade entre 15 e 44 anos.
Isto significa que mais de 4400 pessoas morrem diariamente, vítimas de
violência.
No mundo todo, a violência praticada contra
mulheres envolve uma série de violações aos seus direitos humanos: tráfico de
mulheres e de meninas, estupro, abuso físico, abuso sexual de mulheres e de
crianças e também práticas tradicionais que implicam problemas permanentes para
a sua saúde sexual e reprodutiva de meninas.
Uma das
formas mais comuns de violência contra mulheres é a violência praticada pelo
parceiro íntimo. Isto significa que as mulheres sofrem violência dos maridos,
namorados ou companheiros – atuais ou passados. Outros homens que também mantêm
uma relação íntima ou próxima com as mulheres e que muitas vezes são os seus
agressores incluem pais, irmãos, padrastos. O espaço doméstico, da casa, por
isso mesmo, pode ser considerado um dos espaços mais perigosos para meninas e
mulheres.
Quinto país do mundo em ranking
de violência contra a
mulher – atrás somente de El Salvador, Colômbia, Guatemala
e Rússia –, o Brasil registra uma mulher agredida a
cada quatro minutos e
uma morta a cada oito horas. Há uma espécie de padrão para a matança de
mulheres. Os feminicidas têm um modus operandi. Eles caçam suas presas, as isolam, e
as torturam, física e psicologicamente, por um longo tempo, antes de matá-las.
Amanhã, é o dia que comemora a luta das mulheres pelos seus
direitos, um dia de reflexão, não basta flores se não houver amor, compreensão,
mais respeito, consideração, reconhecimento e direitos igualitários.
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