RESSIGNIFICAR A
VIDA
Páscoa é uma importante celebração da igreja cristã em homenagem
à ressurreição de Jesus Cristo.
Páscoa se origina da palavra em
latim Pascha,
que deriva do hebraico Pessach
/ Pesach, que significa “a
passagem”. Essa “passagem” esta descrita no Antigo Testamento como
a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada
pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo.
Já no Novo Testamento, a
Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição
de Jesus Cristo.
Esta passagem da morte para a vida, nos
faz pensar em vida, em vida plena, com abundância, em todos os sentidos –
saúde, economia, familiar, social, religioso, comunitário e muitos outros. De repente, o coronavírus
chegou e nos obrigou a viver, pelo nosso bem e de todos ao nosso redor, um
distanciamento e isolamento social, evitando aglomerações. Neste cenário, a
Páscoa deste ano será diferente (como foi a do ano passado), mas não menos
intensa, porque nos convida a refletir, com maior intensidade, sobre nossos
privilégios e todos os ensinamentos desta data.
Não existe nenhum remédio, nenhum fármaco - que é a substância química que
é o princípio ativo de um medicamento, que possa fazer isso por nós, que é
planejar o nosso renascimento pós pandemia, a nossa passagem do período de
medo, angustia, depressão, incertezas para a volta da vida normal. Sonhar é de graça. Planejar também.
Precisamos nesse pior momento da pandemia, crer e criar planos para ressignificar a vida.
Um dos lados positivos do ter de ficar em casa para
se proteger e cuidar do outro é que sempre sobrará um tempo para cada um
planejar o que fará quando tudo isso passar. Porque vai passar. Se tudo vai ser
diferente e novo não sabemos. A previsão é de mudanças, de comportamento, de
ações e atitudes. Enquanto o futuro não chega, nada como viver o presente
pensando no que virá e como cada um vai estar inserido na vida pós-pandemia. Há
quem faça planos, quem pretenda seguir os antigos ou ainda quem vai ter de
adaptá-lo
Neste momento, há uma
série de coisas que não podemos controlar. Mas o que podemos controlar são os
nossos sonhos, objetivos e o propósito. Desde que tenha isso, os meios podem
ser encontrados.
Nietzsche escreveu em uma de suas afirmações mais
famosas: “O que não me mata, me fortalece”. E há comprovação científica disso.
O posttraumatic growth (PTG), em português, trauma pós-traumático, constructo
científico da Universidade da Pensilvânia, que conduz um programa de pesquisas
chamado Growth Initiative, revela que uma experiência traumática pode resultar
em crescimento e mudanças individuais de cinco formas: encontro de novas
oportunidades e possibilidades; relações mais profundas e maior compaixão pelos
outros; fortalecimento para desafios; mudança de prioridades e maior apreciação
da vida; e aprofundamento da espiritualidade. Ou seja, experiências extremas
causadas por ameaças e grandes crises geram o chamado “crescimento
contraditório” como resposta.
“Essa é nossa capacidade de não apenas superar a
crise, mas de realmente ficarmos mais fortes, espertos e resilientes”, explica
Flora Victória, mestre em psicologia positiva pela Universidade da Pensylvania
(EUA), palestrante e autora do livro O tempo da felicidade, que está sendo
lançado pela HarperCollins.
Que está Páscoa, seja a nossa passagem para uma
fase de planejarmos dias melhores. Eu creio, e você?
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