DIA MUNDIAL DO DIABETES
Hoje é o dia
Mundial do Diabetes, dia de pensarmos no combate, controle e na prevenção da
mesma. O Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da
falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente
seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do
metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. A hiperglicemia é frequentemente
acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial.
As consequências do Diabetes Mellitus em longo
prazo decorrem de alterações micro e macro vasculares que levam à disfunção,
dano ou falência de vários órgãos. As complicações crônicas incluem a
nefropatia, com possível evolução para insuficiência renal, a retinopatia, com
a possibilidade de cegueira e/ou neuropatia, com risco de úlceras nos pés,
amputações, artropatia de Charcot e manifestação de disfunções autonômicas,
incluindo disfunção sexual. Pessoas com Diabetes apresentam risco aumentado de
doença vascular aterosclerótica, como doença coronariana, doença arterial
periférica e doença vascular cerebral.
Os sintomas
decorrentes da hiperglicemia acentuada incluem perda inexplicada de peso,
poliúria (sintoma em que a pessoa produz um
volume de urina mais elevada do que o esperado), polidipsia (sede excessiva, também é geralmente acompanhada por
secura temporária ou prolongada da boca) e infecções. Mesmo em
indivíduos assintomáticos poderá haver hiperglicemia discreta, mas em grau
suficiente para causar alterações funcionais ou patológicas por um longo
período antes que o diagnóstico seja estabelecido. Antes do surgimento de
hiperglicemia mantida, acompanhada do quadro clínico clássico do Diabetes
Mellitus, a síndrome diabética passa por um estágio de distúrbio do metabolismo
da glicose, caracterizado por valores glicêmicos situados entre a normalidade e
a faixa diabética.
A prevalência mundial
do Diabetes Mellitus aumentou drasticamente nas últimas duas décadas e
estima-se que continuará a crescer no futuro próximo. No Brasil, o Diabetes
Mellitus aparece como uma das maiores causa de diagnóstico primário de
internação hospitalar, contribui de forma significativa (30% a 50%) para outras
causas como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, colecistopatias,
acidente vascular cerebral e hipertensão arterial, é a principal causa de
amputações de membros inferiores e é, também, a principal causa de cegueira
adquirida. Os pacientes diabéticos representam cerca de 30% dos pacientes que
internam em Unidades Coronarianas Intensivas com dor precordial e cerca de 26%
dos que ingressam em programas de diálise.
A evolução para o Diabetes Mellitus ocorre ao
longo de um período de tempo variável, passando por estágios intermediários que
recebem a denominação de glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose
diminuída.
O tratamento do
Diabetes Mellitus Tipo 1 ou 2 requer uma equipe multiprofissional. Fundamental
para o sucesso do trabalho da equipe é a participação, o estímulo e o
entusiasmo do paciente, que são essenciais para que os objetivos do tratamento
sejam alcançados. O paciente deve considerar-se um membro essencial da equipe
de tratamento, e não alguém que é apenas tratado pela equipe.
Além de avaliar os aspectos físicos do paciente, a equipe de
assistência deve considerar as questões sociais, familiares, financeiras,
culturais e relacionadas com o trabalho que possam influenciar o tratamento do
Diabetes. Com essas informações, pode-se trabalhar junto ao paciente e sua
família para estabelecer os objetivos terapêuticos e estruturar um plano
completo e viável para o tratamento ideal do paciente.
O paciente com Diabetes Mellitus dos tipos 1 e 2 deve receber
orientação sobre nutrição, exercícios e tratamento farmacológico, de acordo com
as necessidades individuais detectadas.
Além de uma melhor adesão,
orientar o paciente permite que eles assumam uma maior responsabilidade
por seu tratamento. Esta orientação deve ser vista como um processo contínuo,
com consultas regulares para reforço; não deve ser um processo que termine após
um ou dois atendimentos.
A educação em saúde assume papel fundamental no
controle e prevenção da doença e de suas complicações. As políticas públicas de
saúde, o setor privado, a comunidade e os profissionais de saúde não devem
medir esforços para reduzir sua prevalência e para melhorar a qualidade de vida
dos portadores da enfermidade.
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