EVITE DANIFICAR SEUS RINS
Sempre é
comum manter em casa uma caixa com vários medicamentos, às vezes até chamamos
de “farmacinha”, ao abri-la é provável encontrar pelo menos um tipo de
medicamento para as dores. Geralmente as pessoas não se apercebem que esses
mesmos fármacos que ajudam as dores de cabeça latentes a desaparecerem, que
reduzem as febres e aliviam as dores podem ter efeitos colaterais perigosos,
incluindo danos para os rins.
Os rins são os principais responsáveis pela
filtração e eliminação de substâncias tóxicas do sangue. Entretanto, alguns
medicamentos usados frequentemente na prática médica e na automedicação
principalmente podem causar lesão nesses órgãos se forem administrados de modo
inapropriado.
Além da lesão direta das drogas nefrotóxicas
– aquelas que apresentam potencial risco de prejudicar os rins -, existe também
um grupo de drogas que são seguras em pessoas sadias, mas que se tornam
perigosas em pacientes com doenças renais, fazendo com que haja piora do
quadro.
Nesse texto, vamos falar um pouco das principais drogas nefrotóxicas, ou
seja, dos medicamentos que podem fazer mal aos rins.
Sempre que se pensar em medicamentos que fazem
mal aos rins, o primeiro exemplo são os anti-inflamatórios não esteroides
(AINES) entre eles citarei alguns como exemplo: diclofenaco, nimesulide, ácido
acetil salicílico, piroxican, ibuprofeno, celecoxibe e muitos outros.
O principal efeito maléfico dos AINES é a
redução da filtração renal, ou seja, da capacidade dos rins em filtrar o
sangue.
Pessoas que possuem rins saudáveis até
conseguem tolerar essa redução sem maiores complicações. O problema ocorre
naqueles que tem insuficiência renal (principalmente em fases avançadas) e,
portanto, já apresentam a filtração renal diminuída de base.
Esse grupo apresenta grande risco de falência
renal aguda e, muitas vezes, necessitam de hemodiálise de urgência quando tomam
anti-inflamatórios por conta própria. O risco cresce a partir do 3º dia de uso.
O anti-inflamatório é, portanto, uma droga contraindicada
em pacientes com insuficiência renal. E seu uso muito prolongado pode trazer
sequelas para os rins de pessoas sem quadro de doença renal.
Os antibióticos também são causa de nefrite
intersticial. Diferentemente da nefrite pelos anti-inflamatórios, no caso dos
antibióticos a proteinúria é pequena, mas outros sintomas como febre e manchas
vermelhas pelo corpo associado à insuficiência renal aguda, ocorrem com maior
frequência.
Vários antibióticos podem causar nefrite
intersticial, principalmente as penicilinas, rifampicina, ciprofloxacino e
trimetoprim/sulfametoxazol (Bactrim®).
Alguns antibióticos são nefrotóxicos por natureza e devem ser evitados em
doente renais crônicos. Os mais comuns são – aminoglicosídeos, gentamicina,
amicacina, estreptomicina, tobramicina, neomicina, anfotericina B e pentamidina.
A lesão renal pelo uso prolongado de analgésicos
era muito comum até a década de 80, e caiu vertiginosamente após a retirada da
Fenacetina do mercado. Hoje as lesões relacionadas aos analgésicos são causadas
pelo uso diário e prolongado do Paracetamol (acetaminofeno), principalmente se
associado ao ácido acetilsalicílico (AAS). São lesões raras, mas que existem. A
Dipirona é muito pouco usada na Europa e nos EUA, por isso, existem poucos
estudos sobre seu grau de toxicidade renal.
Os contrastes radiológicos devem ser evitados por
doentes com insuficiência renal sempre que possível. Se o exame for
imprescindível, deve-se realizar uma preparação do paciente para minimizar os
efeitos. Os principais exames que usam contrastes nefrotóxicos são: Tomografia
computadorizada, Cateterismo cardíaco Urografia excretora.
Outras drogas como - Lítio: usada principalmente no
distúrbio bipolar (antigo distúrbio maníaco-depressivo); Aciclovir: antiviral; Indinavir:
antirretroviral usado na AIDS; Ciclosporina: imunossupressor usado em
transplantes e doenças autoimunes; Tacrolimus: igual à ciclosporina; Ciclofosfamida:
imunossupressor usado em doenças autoimunes e algumas neoplasias. São drogas
que precisam de muita cautela e supervisão médica constante para pacientes com
problemas renais.
Por isso, cuidado com a automedicação, quando
sentir uma dor não tome nada por conta própria. Mesmo os medicamentos que
parecem inofensivos são perigosos e só devem ser usados sob orientação médica
ou farmacêutica e não podem ultrapassar o período recomendado, neste período de
pandemia do Covid 19 temos visto muitos medicamentos virando “modismo” –
cuidado, não caia em práticas gananciosas para vender remédios com efeitos
duvidosos, evite causar lesões nos rins, o objetivo não é assustar ninguém é
mostrar que a automedicação é perigosa e pode trazer prejuízos que as pessoas
nem imaginam que possa acontecer.
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