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Como tratar a ansiedade?

É importante deixar claro que a ansiedade não tem cura. No entanto, se receber o tratamento adequado, o ansioso pode controlar o problema totalmente e levar uma vida perfeitamente normal.

O tratamento da ansiedade deve ser realizado em três frentes, preferencialmente associadas:

Farmacológico

O tratamento medicamentoso pode ser dividido em duas categorias:

  • ansiolíticos, que são medicamentos psicotrópicos que atuam no sistema nervoso central, ajudando a relaxar e combatendo a insônia. Nessa categoria, se enquadram os benzodiazepínicos, como lorazepam, lexotam ou valium;
  • antidepressivos, como fluoxetina, paroxetina, e citalopram, que atuam auxiliando a aumentar os níveis de serotonina, neurotransmissor que atua estabilizando funções como sono e o humor.

É importante salientar que somente um profissional capacitado poderá dizer qual o tratamento mais adequado para o seu caso em todos os aspectos, como medicamento, dosagem, duração e associação com psicoterapia. Por isso, siga fielmente as instruções prescritas por ele e jamais interrompa o uso de qualquer medicamento sem informá-lo.

Psicoterápico

Por meio do tratamento psicoterápico, é possível investigar a origem dos medos e preocupações excessivas. A partir daí, o profissional vai poder ajudar você a elaborá-los de maneira mais adequada, aumentando suas habilidades de enfrentamento.

Entre os tipos de tratamentos psicoterápicos mais comuns está a psicoterapia cognitiva comportamental, que ajuda o ansioso a se conscientizar dos pensamentos distorcidos e, consequentemente, a se libertar do medo. Além disso, a psicoterapia pode ajudar o ansioso a rever escolhas que podem ter ajudado a desencadear o problema e estabelecer novos limites.

Comportamental

Aliar o tratamento à prática de atividades físicas pode auxiliar o tratamento psicoterápico e farmacológico e atuar de maneira complementar no processo de controle da ansiedade.

Dê preferência a uma atividade que lhe traga prazer e procure realizá-la no mínimo três vezes por semana e trinta minutos a cada sessão. A prática de exercícios físicos constantes regula a produção de endorfina, neuro-hormônio responsável pela sensação de bem-estar.

Além disso, exercitar-se também tem um papel na regulação da noradrenalina e da serotonina.

Se você foi diagnosticado com transtorno de ansiedade, também é importante evitar substâncias estimulantes, como o café, e procurar ajuda para abandonar definitivamente hábitos extremamente nocivos à sua saúde, como fumar, usar drogas ou álcool.

O que a falta de tratamento pode ocasionar?

Receber o diagnóstico de transtorno de ansiedade e não tratá-lo adequadamente pode comprometer seriamente a qualidade de vida e bem-estar do paciente e de todos que estão à sua volta.

Além de trazer prejudicar as suas relações pessoais e profissionais, já que fica muito mais difícil se concentrar para realizar suas tarefas cotidianas, quadros de transtorno de ansiedade sem tratamento podem levar a outras complicações. Saiba mais sobre elas:

  • abuso de drogas e álcool: assim como o uso dessas substâncias é fator de risco para a condição, o inverso também pode ocorrer. De acordo com um estudo realizado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, metade dos 1,3 mil pacientes com dependência química analisados apresentaram doenças psíquicas associadas, como depressão, bipolaridade e transtorno obsessivo compulsivo;
  • depressão: na prática clínica, é comum receber pacientes ansiosos com quadros depressivos associados, ainda que não tenha sido possível até o momento estabelecer uma relação inequívoca entre os dois problemas;
  • problemas para dormir: a insônia por ansiedade compromete a qualidade do sono, dificulta a fixação das informações recebidas ao longo do dia e diminuem o rendimento diurno, já que causa irritabilidade e afeta a capacidade de concentração;
  • problemas para a saúde cardíaca: a sensação de angústia permanente provocada pelo problema e os picos de ansiedade aumentam a produção de cortisol e adrenalina, hormônios que contraem as artérias, o que pode levar a um infarto ou a um acidente vascular cerebral (AVC);
  • problemas digestivos ou intestinais: a ansiedade excessiva pode alterar as funções gastrointestinais e, ao longo do tempo, causar problemas mais graves, como gastrites, úlceras e síndrome do intestino irritável;
  • dores de cabeça: é bastante comum que picos de ansiedade sejam interpretados pelo cérebro como um problema físico, provocando uma somatização, que nada mais é do que uma resposta do corpo a um sofrimento psicológico extremo. Em pacientes que apresentam quadros de ansiedade, cefaleias intensas são uma das somatizações mais comuns.

Como você pode perceber, a ansiedade é uma doença comum, que afeta muitos brasileiros, especialmente os que vivem nas grandes cidades.

Ela é caracterizada principalmente pela preocupação excessiva, continuada e incontrolável, que provoca sofrimento intenso e afeta as relações pessoais, profissionais do ansioso e de todos que estão à sua volta.

O primeiro passo para mudar essa situação é reconhecer o problema e buscar ajuda médica. Com o auxílio de uma equipe especializada, é possível chegar a um diagnóstico preciso e, tal como acontece com qualquer outra doença, realizar o tratamento adequado, para que o ansioso ganhe muito mais bem-estar e qualidade de vida.

E então, gostou de entender melhor o que é ansiedade e quais são os seus principais sintomas e consequências? 


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