RELAÇÃO ENTRE IDADE E DEPRESSÃO
A entrada na casa dos 40 anos causa mesmo um tremendo baque emocional –
e é muito difícil evitá-lo. Em compensação, quem chega aos 70 anos com boa saúde
tem grandes chances de encarar o dia-a-dia com o mesmo otimismo e a mesma
disposição que movem os jovens de 20. Essas são as duas principais conclusões da
mais extensa pesquisa já feita sobre a relação entre a idade e a satisfação com a vida.
O estudo, coordenado por economistas americanos e ingleses, analisou dados médicos
de quase 2 milhões de pessoas de oitenta países, incluindo o Brasil. As informações
foram obtidas em hospitais, clínicas e universidades. Os quarentões concentram o
maior índice de infelicidade e de casos de depressão independentemente de sexo,
estado civil, condição social, número de filhos ou nacionalidade.
A pesquisa conclui que a sensação de felicidade ao longo da vida evolui como
um gráfico em forma de "U". Está no auge por volta dos 20 anos, entra em curva
descendente na década seguinte e chega ao fundo do poço na meia-idade. A partir dos
60 anos, a curva da felicidade recupera o fôlego e, aos 70 anos, volta ao mesmo nível
relatado pelos jovens adultos.
Os jovens olham o futuro com confiança, nada temem, sentem como se
pudessem mudar o mundo. Observa-se nesse cenário o inicio da independência, o
primeiro emprego, a saída das casas dos pais, os primeiros amores, sonhos sobre um
futuro melhor. Aos quarenta anos, a idade que mais apresenta casos de depressão, é
motivada pela sensação de fracasso. Grande parte do desejado não foi realizado.
Soma-se a isso o acumulo de obrigações tanto em casa como também no trabalho, de
repente vinte e quatro horas são poucas para realizar o necessário.
A fossa dos quarenta anos - a chamada crise da meia idade,e a boa disposição
de jovens e idosos explicam-se em boa parte pelas situações que geralmente surgem
nessas fases. Enquanto os jovens têm uma enorme confiança no futuro e os idosos
saudáveis experimentam a sensação de dever cumprido, os quarentões enfrentam um
cenário bem diferente. Mesmo involuntariamente, a chegada à maturidade estimula
uma análise da trajetória até aquele ponto da vida, muitas vezes acompanhada de
sentimentos de frustração por projetos não realizados e de medo do futuro.
O resultado da pesquisa chama atenção para a maior discussão atualmente em
pauta nos consultórios psiquiátricos: se a quantidade de diagnósticos de depressão é
ou não excessiva. As estimativas mais divulgadas apontam que 20% da população
mundial tem pelo menos uma crise depressiva ao longo da vida. Muitos médicos
acreditam que, na realidade, o número de doentes possa ser 25% menor. Os
pesquisadores Allan Horwitz e Jerome Wakefield argumentam que antidepressivos são
freqüentemente utilizados para tratar a tristeza, um sentimento natural do ser
humano que, apesar de indesejável, nada tem de patológico.
O tratamento com remédios só é indicado nos casos em que os sintomas
incapacitam o portador de alguma forma, a escolha do antidepressivo correto precisa
considerar as caracteristicas fisilológicas da pessoa, doenças associadas, simplicidade
posológica e o custo. Sempre é bom lembrar que tratamentos farmacológicos da
depressão exigem um tempo de latência para início dos efeitos. A maioria dos
antidepressivos só começa a fazer efeito após quatro a oito semanas de uso.
Em idosos existem fatores como o uso de certo medicamentos que podem
levar a depressão entre eles : anticolvulsivantes, anti-hipertensivos,betabloqueadores,
entre outros, ou mesmo algumas interações medicamentosas.
O que se observa hoje é que muitas pessoas tomam remédios em vez de enfrentar os
problemas, parece que só as experiências dolorosas são fontes de inspiração, ao
contrário da depressão a felicidade não é um estado, mas um processo de busca
continua e devemos usar todos os recursos que estão disponiveis no nosso meio para
que que este processo seja uma constante em nossas vidas e que ao contrário do que
disse o poeta possamos dizer: que felicidade não tem fim, tristeza sim.
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